Variante Ômicron: Pode mudar algo nos rumos da pandemia?
WhatsApp07 de janeiro de 2022
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Após o surgimento das primeiras notificações da nova variante Ômicron no país, o Brasil suspendeu todos os voos com passagem na Botsuana, país onde ocorreu o primeiro registro da nova cepa, e na África do Sul, que notificou a nova variante à Organização Mundial da Saúde (OMS), além de outros países do continente africano, como o Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia e República do Zimbábue.
Ademais, países como os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, além da União Europeia, também impuseram restrições de viagens a países como a África do Sul. Diante de um cenário como esse, em que atitudes drásticas foram tomadas visando frear o avanço de uma nova variante, surge o questionamento: é possível que a Ômicron mude algo nos rumos da pandemia?
Países adotaram medidas drásticas com o surgimento da nova variante
Em meio ao surgimento da nova variante no mundo, alguns países buscaram criar barreiras que evitassem a proliferação da Ômicron em seus territórios. Essas medidas surgiam como respostas a essa nova variante e às poucas informações que as autoridades possuíam sobre ela. Ainda assim, a Ômicron já era vista com cuidado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que logo denominou-a como mais uma “Variante de Preocupação” (VOC - do inglês variant of concern) do vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.
Diante dessas medidas, um dos países mais atingidos foi a África do Sul, responsável pela notificação da cepa B.1.1.529 à Organização Mundial da Saúde (OMS). Em seu primeiro discurso após a notificação da Ômicron, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, apelou para que essas decisões fossem revistas, declarando que as medidas não possuíam justificativas científicas e prejudicariam economicamente os países afetados por elas.
Características da Ômicron preocupam
Essas medidas foram instituídas diante de um cenário em que, além do pouco tempo que havia para permitir que as autoridades conhecessem com profundidade essa nova variante de forma a elaborar soluções, foram encontradas características específicas na Ômicron que alertaram as autoridades sanitárias.
Os vírus de RNA, como é o caso do SARS-CoV-2, responsável pelo desenvolvimento da doença COVID-19, têm como uma das suas características a facilidade para sofrer mutações e adaptar-se a mudanças, de forma a permitir sua sobrevivência, possibilitando, com isso, o surgimento das variantes do SARS-CoV-2, como a Ômicron.
Nesse sentido, a grande diferença dessa nova ‘variante de preocupação’ - e a que mais causou atenção nas autoridades sanitárias em relação às outras (Alfa, Beta, Delta e Gama) - é a quantidade de mutações encontradas no vírus.
No total, são mais de 50 mutações, sendo que 30 delas estão na proteína Spike (S), parte responsável por fazer a ligação e a introdução do material genético do vírus na célula. Essa proteína é tão essencial que é utilizada em todas as vacinas contra a COVID-19 aprovadas atualmente, além de ser utilizada em exames de imunidade de alta sensibilidade, como o ImunoScov19. Além disso, foram encontradas 15 mutações no RBD, parte que interage com a célula antes da entrada do vírus, aumentando, assim, a capacidade de transmissibilidade dessa nova variante. (Thakur V. et al., 2021) Portanto, outros exames de imunidade que utilizam somente a porção RBD da proteína S ou somente a subunidade S1, não detectam a totalidade dos anticorpos importantes para a defesa contra a Ômicron.
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Mutações da Ômicron tornam a variante mais transmissível
Dados divulgados em artigo da MedComm alertam para a possibilidade da nova variante Ômicron ser mais transmissível que a variante Beta e Delta. Ao divulgar esse estudo, pesquisadores alertaram que as informações coletadas, baseadas em dados epidemiológicos de toda a população da África do Sul, também apresentavam uma tendência de maior chance de reinfecção por COVID-19 em pacientes associados à Ômicron.
Dessa forma, no momento de divulgação do estudo, os autores alertaram para a possibilidade de uma nova onda da pandemia de COVID-19 na África no Sul e no mundo. (He X et al., 2021)
Além disso, de acordo com relatório produzido pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, a efetividade das vacinas em evitar a contaminação, após uma segunda ou terceira dose, no caso da Ômicron, é menor quando comparada à variante Delta. Porém, quando analisado o nível de hospitalizações, não foram apresentadas diminuições no nível de proteção entre as duas variantes.
A situação atual da Ômicron no mundo
Ao final do ano de 2021, a Ômicron já havia sido detectada em centenas de países e a África do Sul já era o país mais atingido pela nova variante, com mais de 3,4 milhões de casos e 91 mil mortes e, em países como a França, a agência de saúde pública já havia comunicado que a ômicron era a variante predominante no país, situação que veio a ocorrer em outros territórios europeus, como em Portugal e no Reino Unido.
Porém, no último dia do ano (31), o governo da África do Sul divulgou ter superado o pico da onda gerada pela variante Ômicron. Foi divulgado também que não percebeu-se um aumento no nível de mortes.
Muito mais transmissível, mas não tão letal
Diante da velocidade de disseminação da nova variante Ômicron, foi possível perceber a alta capacidade de transmissibilidade da nova variante em comparação a Beta e Delta, algumas das outras variantes anteriormente consideradas como de preocupação pela Organização Mundial de Saúde.
Porém, em alguns lugares, os níveis de contaminação causados pela Ômicron não têm sido acompanhados pelo nível de mortes. Segundo Fareed Abdullah, do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica, na África do Sul, a quarta onda, gerada pela variante Ômicron, evoluiu, atingiu o pico, mas decaiu rapidamente. Além disso, Fareed demonstrou que dados no país apontam que os números de mortes geradas durante esse período apresentaram um nível muito menor do que em outras ondas causadas por outras variantes.
Cuidados e o futuro diante da Ômicron
A nova variante Ômicron definitivamente causou apreensão em parte da sociedade diante de um cenário de retomada após quase dois anos de pandemia. A sua alta capacidade de transmissibilidade tem sido um alerta para muitas pessoas. Porém, diante dos dados expostos atualmente, é incerto saber se a nova variante será capaz de afetar de forma significativa, a longo prazo, os avanços no controle da pandemia.
Portanto, torna-se fundamental manter os procedimentos de segurança, como a utilização da máscara e, quando possível, do distanciamento social, além da vacinação e do controle de imunidade, a partir de exames de detecção de anticorpos de alta sensibilidade, como o ImunoScov19. Dessa forma, buscando estar mais seguro na proteção contra o SARS-CoV-2 e as suas variantes.
Referências:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59468254
https://www.nytimes.com/live/2021/12/30/world/omicron-covid-vaccine-tests
He X, Hong W, Pan X, Lu G, Wei X. SARS‐CoV‐2 Omicron variant: Characteristics and prevention. MedComm. 2021;2(4):838–45.
Thakur V, Kanta Ratho R. OMICRON (B.1.1.529): A new SARS-CoV-2 Variant of Concern mounting worldwide fear. J Med Virol [Internet]. 2021;0–2. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34936120
Responsável: Rafael Castro