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O que são sorotipos da dengue?

02 de junho de 2022


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O que são sorotipos da dengue?

Ao longo do tempo, a população brasileira têm presenciado o enfrentamento contínuo à dengue no país. A doença, que tem exigido ações de combate e monitoramento constantes por parte das autoridades, ocasionou, nos últimos 20 anos, quatro grandes epidemias no Brasil - em 1998, 2002, 2008 e 2010. 

Nos dias atuais, o cenário da disseminação do vírus da dengue também tem causado grande preocupação às autoridades e à população. Somente nos cinco meses iniciais de 2022, os números de casos de dengue alcançaram taxas superiores a 135,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. 

A partir disso, uma das características que tem sido possível perceber ao analisar o aumento de casos e o surgimento de epidemias de dengue ao longo da história do país é a predominância de cada um dos quatro sorotipos da dengue em diferentes momentos da história. Dessa forma, para que se possa entender sobre a dengue e o surgimento das epidemias dessa doença no país, é fundamental compreender o que são os quatro sorotipos existentes da dengue e como eles atuam no desenvolvimento dessa doença. 

O histórico da dengue no Brasil 

O Brasil possui relatos de epidemias de dengue desde o século XIX. As primeiras notificações de epidemia da doença, embora não confirmadas cientificamente, ocorreram a partir do ano de 1846 nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Entretanto, os primeiros casos clínicos da doença registrados na literatura científica do país só vieram a ser relatados nos anos de 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói. 

Embora anticorpos dos sorotipos DENV-1 e DENV-2 da dengue tenham sido encontrados em indivíduos residentes na Amazônia nos anos de 1953 e 1954, a primeira epidemia de dengue comprovada clinicamente só veio a ocorrer nos anos de 1981 e 1982 no estado de Roraima (mais especificamente, na cidade de Boa Vista). Nessa epidemia, foram identificadas a ação direta dos sorotipos DENV-1 e DENV-4 para a propagação do vírus da dengue (DENV). 

Ao longo do tempo, outros sorotipos vieram a ser introduzidos no país. O sorotipo DENV-2 foi introduzido no país em 1990, no estado do Rio de Janeiro e, em 1999, o sorotipo DENV-3 chegou ao Brasil nos estados do Amapá, Pará, Roraima e Tocantins. 

Vale ressaltar também que as últimas epidemias de dengue no país foram ocasionadas por sorotipos diferentes. No ano de 1998, o sorotipo predominante foi o DENV-1, em 2002, o DENV-3, em 2008, o DENV-2 e, por último, na epidemia de dengue em 2010, o sorotipo causador foi o DENV-4 (BEZERRA, 2021).

O que são sorotipos? 

Para que se possa compreender mais sobre a dengue como doença, é necessário compreender como o vírus da dengue (DENV) se desenvolve e gera infecções. Nesse sentido, o conceito de sorotipos é parte fundamental para compreender a dengue como doença. 

Basicamente, o vírus da dengue pode gerar infecções por meio de quatro sorotipos diferentes - o DENV-1, o DENV-2, o DENV-3 e o DENV-4. Esses sorotipos podem ser definidos como quatro vírus de uma mesma espécie, que estão relacionados, mas que interagem de formas distintas com os anticorpos encontrados no soro do sangue humano. 

Esses quatro sorotipos existentes da dengue são semelhantes - compartilhando aproximadamente 65% do seu material genético, mas possuem variações genéticas até mesmo dentro de um único sorotipo. Embora existam essas variações, a infecção pelo vírus da dengue, independentemente de qual sorotipo esteja envolvido, irá resultar na mesma doença e nos mesmos sintomas clínicos. 

Infecção, imunidade e sorotipos DENV 

Outro ponto importante para ser analisado em relação aos sorotipos da dengue é a infecção e o desenvolvimento de imunidade a estes. Nesse sentido, tem sido possível perceber que após uma infecção ocasionada por um sorotipo específico, uma pessoa desenvolve imunidade contra o sorotipo causador da infecção. Em relação aos demais sorotipos existentes, um certo nível de proteção tem sido identificado no período de 2 a 3 meses após a primeira infecção pela dengue, porém, não tem sido possível perceber uma proteção a longo prazo. Após o breve período de proteção de 2 a 3 meses, o mesmo indivíduo pode ser infectado novamente por qualquer um dos sorotipos restantes da dengue. 

Além disso, pesquisas têm demonstrado um maior risco de desenvolvimento de dengue em níveis mais graves em pacientes com infecções anteriores em comparação a pacientes que nunca haviam sido infectados previamente. 

A situação atual de dengue no Brasil 

Neste ano, dados do Ministério da Saúde têm demonstrado que o Brasil registrou casos de dengue causados basicamente por dois tipos de sorotipos - DENV-1 e DENV-2. Além disso, o ano de 2022 tem demonstrado níveis preocupantes em relação à dengue no Brasil. O aumento de casos - que já alcança níveis superiores a 135% em comparação ao ano anterior - demonstra a necessidade de medidas de prevenção, visando o controle da doença. 

Para isso, medidas para eliminar focos de propagação do Aedes aegypti, mosquito que é o principal vetor de transmissão do vírus, tornam-se fundamentais. Como algumas dessas medidas, é possível destacar a eliminação de focos de água parada, além da utilização de telas em portas e janelas e o uso rotineiro de repelentes. 

Assim sendo, essas medidas individuais podem contribuir para a diminuição da propagação do vírus da dengue na sociedade, contribuindo para o controle da doença e auxiliando não apenas na saúde de cada indivíduo, mas nos cuidados com a saúde de toda a sociedade. 

 

Responsável: Rafael Castro 

 

Suporte técnico-científico: Guilherme L. T. Nunes 

 

Supervisão Geral: Kátia Delgado 


 

Referências: 

https://www.unicef.org/brazil/prevencao-e-combate-ao-aedes-aegypti

https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no18/view

1. Bezerra JMT, de Sousa SC, Tauil PL, Carneiro M, Barbosa DS. Entry of dengue virus serotypes and their geographic distribution in Brazilian federative units: A systematic review. Rev Bras Epidemiol. 2021;24. 

2. Guzman MG, Halstead SB, Artsob H, Buchy P, Farrar J, Gubler DJ, et al. Dengue: A continuing global threat. Nat Rev Microbiol. 2010;8(12):S7–16.


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