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Qual a diferença entre as doenças infecciosas virais?

10 de maio de 2022


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Qual a diferença entre as doenças infecciosas virais?

Em suas mais diversas relações no cotidiano, a sociedade precisa constantemente conviver com vários tipos de riscos à sua saúde. Essa exposição constante ocasiona que os cuidados integrais com a saúde sejam fundamentais para o bem-estar de qualquer pessoa. Entre os principais riscos diretos para a saúde de qualquer ser humano, é possível destacar as doenças e, entre elas, as doenças infecciosas. A partir disso, no contexto atual, com a propagação elevada dos mais diversos tipos de doenças, como a dengue e a COVID-19, a conscientização acerca dos principais tipos de medidas de prevenção são fundamentais, evitando o contágio e o agravamento dessas doenças no organismo. 

Porém, ao mesmo tempo que as medidas de prevenção são elementos importantes para o cuidado com a saúde, o conhecimento aprofundado acerca dessas doenças contagiosas também evidencia-se como um elemento fundamental para a preservação da saúde e do bem-estar, contribuindo para a prevenção adequada contra cada tipo específico de doença infecciosa. Dessa forma, torna-se necessário compreender cada vez mais as diferenças e especificidades de cada tipo de doenças infecciosas, em especial as virais. 

 

Infecção aguda por transmissão respiratória

Um dos tipos de doenças infecciosas mais conhecidos são ocasionados por meio de infecções agudas por transmissão respiratória. Atualmente, a doença desse tipo que pode ser destacada é a COVID-19,  responsável pela pandemia iniciada no ano de 2020 e causada pelo vírus SARS-CoV-2. 

Nesse tipo de doença,  a contaminação pode ocorrer pelo contato direto com o vírus, por partículas contaminadas pelo vírus e gotículas de secreção transportadas no ar. Em relação à COVID-19, desde o início da pandemia no ano de 2020, a doença atingiu uma alta transmissibilidade, tendo causado milhões de infectados e mortos pela doença ao redor do mundo. 

 

Infecções agudas transmitidas por vetor 

Outro exemplo de doenças infecciosas são as infecções agudas transmitidas por vetores. Nesse tipo de doença, a contaminação é causada a partir da ação direta do vetor, não podendo ser transmitida de uma pessoa para outra. 

Um dos principais exemplos desse tipo de doença é a dengue, transmitida principalmente pelo mosquito vetor Aedes Aegypti. Nessa doença, o mosquito transporta o vírus contido no sangue de um ser humano infectado previamente até um novo hospedeiro, que é infectado após ser picado pelo mosquito. Atualmente, a dengue tem sido uma das doenças responsáveis por diversas epidemias sazonais ao redor de todo o mundo. 

 

Infecções crônicas a longo prazo:

Diferentemente das classificações de doenças infecciosas anteriores, as infecções crônicas a longo prazo, como o nome já afirma, se destacam devido a durabilidade das suas infecções. A literatura científica já tem estabelecido que uma maior durabilidade das infecções pode provocar danos em células produtoras de anticorpos, aumentar moléculas reativas de oxigênio (relacionadas ao envelhecimento celular e do organismo) e promover inflamações longas e generalizadas (DELANO, 2016). Dessa forma, os vírus causadores de doenças crônicas a longo prazo podem impactar o sistema imunológico como um todo e a sua duração prolongada permite que mais pessoas possam ser infectadas. 

Um exemplo de doença caracterizada pela infecção crônica é a AIDS, gerada pelo vírus HIV. Esse vírus utiliza as células do próprio sistema imune (CD4 positivos)  do hospedeiro para se multiplicar, dificultando ou até mesmo impedindo a ação do sistema imunológico do organismo para se defender da infecção (LEVY, 1993). 

 

Semelhanças, diferenças e capacidades de propagação dos vírus:

Diante disso, é possível perceber que uma compreensão mais aprofundada e assertiva acerca das doenças infecciosas é fundamental para avaliar como elas atuam, quais impactos podem causar e para estabelecer métodos de prevenção. A partir disso, uma pesquisa buscou avaliar as possíveis semelhanças entre os vírus responsáveis pelas infecções em humanos. Essa pesquisa analisou tanto os aspectos externos dos vírus - como o modo em que o vírus se propaga e a forma como a doença se desenvolve no organismo - quanto os seus aspectos intrínsecos - como a sequência, tamanho do genoma e estrutura viral. 

Como consequência disso, esse estudo conseguiu identificar diversas associações fortes entre os vírus analisados, podendo avaliar determinadas características que tendem a contribuir para que um vírus possua uma maior capacidade de propagação. Entre as características encontradas nesses vírus estão a baixa mortalidade no hospedeiro, a capacidade de estabelecer infecções crônicas a longo prazo no hospedeiro, uma estrutura não segmentada e não envelopada e, principalmente, a forma como ocorre a propagação do vírus - demonstrando que vírus que não são transmitidos por vetores, possuem uma maior capacidade de propagação (GEOGHEGAN, 2015). 


 

O cuidado com a saúde diante do momento atual: 

Com isso, é possível perceber que o cuidado integral com a saúde é parte fundamental para o bem-estar de uma pessoa e para a sua proteção contra as doenças. Para isso, no momento atual, faz-se necessário estar atento aos desdobramentos de algumas doenças no território nacional, principalmente a dengue e a COVID-19.  Até o presente momento, no ano de 2022, o Brasil tem registrado um aumento do número de casos de dengue no país em relação ao ano anterior, já tendo alcançado a taxa de 135,1%, demonstrando, assim, a necessidade de medidas de prevenção contra essa doença no país. 

Além disso, diante dos momentos vivenciados pela pandemia de COVID-19 desde o ano de 2020, faz-se necessário também estar atento aos cenários que compõem a doença ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2, avaliando continuamente o cenário estabelecido, além da proteção desenvolvida contra esse vírus, evitando que haja retrocessos no avanço ao combate aos danos causados pela pandemia.  

 

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Responsável: Rafael Castro 

Suporte técnico-científico: Guilherme L.T. Nunes 

Supervisão Geral: Kátia Delgado 

 

Referências: 

https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/o-que-e-o-coronavirus

http://www.boletimdasaude.rs.gov.br/conteudo/1442/infec%C3%A7%C3%B5es-virais-do-trato-respirat%C3%B3rio#:~:text=As%20doen%C3%A7as%20causadas%20pelos%20v%C3%ADrus,perfil%20cl%C3%ADnico%20e%20epidemiol%C3%B3gico%20espec%C3%ADfico.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue

https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/vetores-0

1. Delano MJ, Ward PA. The immune system’s role in sepsis progression, resolution, and long-term outcome. Vol. 274, Immunological Reviews. Blackwell Publishing Ltd; 2016. p. 330–53. 

2. Geoghegan JL, Senior AM, Giallonardo F Di, Holmes EC. Virological factors that increase the transmissibility of emerging human viruses. Proc Natl Acad Sci U S A. 2016 Apr 12;113(15):4170–5. 

3. Levy JA. Pathogenesis of Human Immunodeficiency Virus Infection. Vol. 57, MICROBIOLOGICAL REVIEWS. 1993.


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