Como ocorre o diagnóstico da infecção aguda de dengue?
WhatsApp20 de junho de 2022
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No ano de 2022, uma das principais doenças enfrentadas pela população brasileira além da COVID-19 é a dengue. Com o número de casos dessa doença em crescimento em diversas partes do território nacional, estar atento para qualquer manifestação de sintomas comuns aos desta doença torna-se fundamental.
Dessa forma, em caso de suspeita de infecção pelo vírus da dengue, a busca pelo diagnóstico correto é essencial para que os devidos cuidados pessoais com a saúde sejam realizados. O diagnóstico correto também é fundamental para oferecer auxílio às autoridades e organizações do país no controle da doença e no acompanhamento de casos no Brasil. A partir disso, conhecer como o diagnóstico dessa doença ocorre torna-se essencial para que medidas assertivas contra essa doença sejam tomadas.
Testes de diagnóstico de dengue
Em caso de suspeita de infecção pelo vírus da dengue, a busca pelo diagnóstico para a confirmação ou não da doença é fundamental. A partir disso, existem algumas opções mais comuns e acessíveis à população em geral para que se possa realizar esse diagnóstico, são eles: teste IgM, teste antígeno NS1 e o teste RT-PCR. Assim sendo, torna-se necessário conhecer cada um desses testes e como eles funcionam, bem como quais as suas potencialidades, limitações e diferenças entre eles.
Testes IgM
O teste IgM é um teste sorológico de detecção da infecção aguda pela dengue. O método utilizado no teste IgM consiste na utilização de um ensaio imunoenzimático de captura de anticorpos, mais conhecido como método ELISA, uma técnica considerada de fácil aplicação quando comparada a outros métodos. Ainda assim, para o teste IgM, torna-se necessário a realização do exame em laboratório e com o auxílio de profissionais especializados.
Esse tipo de teste pode avaliar, inclusive, se um paciente infectado desenvolveu uma infecção primária ou secundária pelo vírus da dengue. Porém, torna-se necessário ressaltar que, no caso de uma infecção secundária, os níveis apresentados de IgM podem ser baixos, o que pode ocasionar dificuldades para a realização do diagnóstico. Além disso, esse teste pode apresentar dificuldades de diagnóstico devido à reação cruzada com outros vírus semelhantes.
Outro fator importante a ser ressaltado é que, no caso de uma infecção primária, os testes IgM costumam apresentar uma sensibilidade inferior a 50% em até quatro dias após o início dos sintomas, sendo necessário que a realização do teste ocorra após o quinto dia após o início dos sintomas.
Outro fator relevante é a existência de testes rápidos para detecção de anticorpos IgM anti dengue. Porém, no caso desse tipo de testes, torna-se necessário ressaltar que costumam apresentar índices de sensibilidade e especificidade inferiores em comparação a outros testes de detecção da dengue como o ELISA.
Teste antígeno NS1
O teste antígeno NS1 é um teste sorológico de detecção aguda pela dengue, baseado na identificação da proteína NS1 do vírus, que é liberada no corpo após a infecção. Pode se basear nas metodologias de ELISA ou teste rápido. Por estar presente na fase viral aguda da infecção pela dengue, diferentemente dos testes IgM, os testes de antígeno NS1 são capazes de realizar o diagnóstico em um período mais curto em comparação aos testes IgM. Dessa forma, o teste precisa ser realizado no período de 1 a 5 dias após o início dos sintomas.
Devido às suas características, os testes antígeno NS1 podem ser úteis para a detecção em diversos casos, contribuindo para o controle da doença a nível populacional. Esse tipo de exame pode ser utilizado para a detecção rápida de dengue, bem como para a identificação de casos da doença em ambientes como aeroportos, de forma a evitar a propagação do vírus da dengue para novas regiões durante momentos de epidemia.
Teste RT-PCR
O teste RT-PCR é um teste de detecção de infecção aguda baseado na identificação do material genético do vírus da dengue. Esse teste possui diferenciais importantes, pois é capaz de detectar a infecção pelo vírus com uma alta especificidade e sensibilidade, apresentando resultados rápidos e precisos a partir da utilização de uma única amostra. Além disso, o teste RT-PCR é o único exame capaz de identificar por qual sorotipo da dengue uma pessoa foi infectada.
Por outro lado, é necessário ressaltar que o teste RT-PCR apresenta algumas limitações para a sua realização tais como a necessidade do uso de equipamentos laboratoriais caros, a possibilidade de contaminação entre amostras e a a curta janela de oportunidade para a realização do teste (janela virêmica) - no período de 1 a 5 dias após o início dos sintomas.
Saiba mais sobre sorotipos da dengue, clicando no link abaixo:
https://imunobiotech.com.br/blog/o-que-sao-sorotipos-da-dengue-/52
Números de diagnósticos de dengue no Brasil
Os números de diagnósticos de dengue no Brasil apresentaram um aumento considerável no ano de 2022. Até a semana 21 deste ano, os casos da doença cresceram consideravelmente em comparação ao mesmo período do ano passado, representando um índice de crescimento de 191,3%.
Até o momento, a região do Brasil mais afetada pela doença é o Centro-Oeste, com uma taxa de 1.473 casos para cada 100 mil habitantes. A região Centro-Oeste é seguida pela região Sul - com 884 casos para cada 100 mil habitantes -, pela região sudeste - com 394,4 casos para cada 100 mil habitantes -, pela região Norte - 202 casos para 100 mil habitantes - e pelo Nordeste - com 225,3 casos para cada 100 mil habitantes.
A partir dos casos confirmados de dengue no Brasil durante o ano de 2022, também é possível observar quais tipos de testes foram mais utilizados. Nesse sentido, 80,4% dos casos confirmados utilizaram métodos sorológicos para a detecção - grupo que inclui os testes IgM e os testes de antígeno NS1. Ademais, 19,5% foram detectados por meio de métodos moleculares - como o teste RT-PCR - e 0,1% dos testes ocorreram por meio de isolamento viral.
Quer saber mais sobre a dengue? Acesse o link abaixo:
https://imunobiotech.com.br/blog/o-que-voce-precisa-saber-sobre-dengue-/51
Responsável: Rafael Castro
Suporte técnico-científico: Guilherme L.T Nunes
Supervisão Geral: Kátia Delgado
Referências:
DENGUE GUIDELINES FOR DIAGNOSIS, TREATMENT, PREVENTION AND CONTROL TREATMENT, PREVENTION AND CONTROL TREATMENT, PREVENTION AND CONTROL [Internet]. Available from: www.who.int/tdr
Raafat N, Blacksell SD, Maude RJ. A review of dengue diagnostics and implications for surveillance and control. Vol. 113, Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene. Oxford University Press; 2019. p. 653–60.