Imunidade à dengue: O que uma pessoa precisa saber sobre uma proteção duradoura contra a doença
WhatsApp26 de julho de 2022
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Ao longo dos anos, a dengue tem se apresentado como uma das doenças que mais tem demandado uma atenção especial das autoridades e da população em diversas regiões e países ao redor do mundo. Entre os países frequentemente afetados pela dengue está o Brasil, que já enfrentou diversos momentos de epidemia da doença em seu território. Durante o ano de 2022, o país tem vivenciado um novo aumento de casos da doença, ocasionando que, até a semana epidemiológica 27 de 2022, o número de casos confirmados do ano apresentasse um crescimento de 196,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior (2021). Assim sendo, a partir do aumento do número de infecções, é fundamental compreender como ocorre o desenvolvimento de uma imunidade robusta e duradoura contra essa doença, possibilitando que seja possível estar atento a possíveis medidas de proteção contra essa doença.
Uma pessoa já infectada pelo vírus está imune à doença?
Um dos primeiros aspectos da doença que devem ser analisados ao buscar conhecer como ocorre a imunidade à dengue, é compreender se uma pessoa, após recuperada de uma primeira infecção, consegue desenvolver uma imunidade completa e duradoura contra essa doença. Ressaltamos que a dengue é causada por vírus de 4 sorotipos diferentes, que podem ser definidos como vírus de uma mesma espécie, que estão relacionados entre si, mas que interagem de formas distintas com os anticorpos encontrados no soro do sangue humano.
Após uma infecção primária pelo vírus da dengue, uma pessoa costuma desenvolver uma resposta imune capaz de gerar uma proteção duradoura apenas contra o mesmo sorotipo que ocasionou a primeira infecção. Em relação aos demais sorotipos da dengue, a proteção costuma durar apenas por um período breve - de 2 a 3 meses - e, após isso, uma infecção secundária por um sorotipo diferente do que causou a primeira infecção tende a aumentar o risco do desenvolvimento do agravamento da doença.
Saiba mais sobre sorotipos da dengue clicando no link abaixo:
https://imunobiotech.com.br/blog/o-que-sao-sorotipos-da-dengue-/52
Como uma pessoa pode desenvolver imunidade à dengue?
Para que uma pessoa possa desenvolver um nível de proteção contra o vírus da dengue, o desenvolvimento de anticorpos IgG contra o vírus é essencial. Segundo Katzelnick (2017), altos níveis de anticorpos IgG tendem a proporcionar uma maior proteção contra a doença, enquanto apenas níveis medianos desses anticorpos - provavelmente oriundos de uma infecção prévia contra outro sorotipo e com pouco potencial neutralizante - costumam aumentar a possibilidade de desenvolvimento da doença em sua forma grave.
Uma das principais formas para buscar desenvolver uma imunidade mais robusta em pacientes que foram previamente infectados pela doença é através da aplicação da vacina contra a dengue. A única vacina disponível no Brasil, Dengvaxia®, só está autorizada para ser aplicada em indivíduos que consigam comprovar a infecção primária contra o vírus. Isso ocorre devido a um maior risco de agravamento da dengue em pessoas vacinadas que nunca tiveram contato com o vírus, caso venham a desenvolver a doença após a vacinação.
Nesse sentido, tem sido possível perceber a eficácia dessa vacina em reduzir o número de hospitalizações oriundas da dengue em pacientes que haviam tido contato prévio com o vírus e desenvolvido a doença, sendo demonstrado uma redução de aproximadamente 70% no risco de desenvolvimento de dengue grave. Outro fator importante a ser levado em consideração com as vacinas é a necessidade de comprovação, para crianças em idade elegível para a vacinação (a partir dos 9 anos de idade), de infecção prévia pelo vírus da dengue para que seja autorizado a aplicação da vacina. Essa comprovação deve ser feita por meio de testes de detecção de anticorpos IgG anti-DENV altamente específicos.
Como avaliar a imunidade à dengue?
Diante disso, outro aspecto importante que torna-se necessário ser compreendido é como avaliar uma imunidade duradoura contra o vírus da dengue. Para isso, a realização de testes IgG torna-se necessário. Esse teste tem como função detectar anticorpos de memória IgG contra a dengue e a sua realização deve ocorrer, no mínimo, em um período posterior a 21 dias do ínicio dos sintomas. Outro ponto importante a ser ressaltado é que, em uma possível segunda infecção pelo vírus da dengue, os níveis de anticorpos IgG tendem a aumentar a partir da primeira semana de sintomas.
Os testes que podem ser realizados para a detecção de uma infecção que esteja ocorrendo no momento são o teste NS1 (antígeno), teste IgM e teste RT-qPCR.
Você pode ter mais informações sobre os testes de dengue clicando no link abaixo:
https://imunobiotech.com.br/blog/como-ocorre-o-diagnostico-da-infeccao-aguda-de-dengue-/54
Referências:
Guzman MG, Halstead SB, Artsob H, Buchy P, Farrar J, Gubler DJ, et al. Dengue: A continuing global threat. Nat Rev Microbiol. 2010;8(12):S7–16.
Katzelnick LC, Gresh L, Halloran ME, Mercado JC, Kuan G, Gordon A, et al. Antibody-dependent enhancement of severe dengue disease in humans [Internet]. Available from: http://science.sciencemag.org/
Sridhar S, Luedtke A, Langevin E, Zhu M, Bonaparte M, Machabert T, et al. Effect of Dengue Serostatus on Dengue Vaccine Safety and Efficacy. N Engl J Med. 2018 Jun 13;
Walensky RP, Bunnell R, Layden J, Kent CK, Gottardy AJ, Leahy MA, et al. Morbidity and Mortality Weekly Report Dengue Vaccine: Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices, Centers for Disease Control and Prevention MMWR Editorial and Production Staff (Serials) MMWR Editorial Board CONTENTS [Internet]. 2021. Available from: https://www.cdc.gov/vaccines/acip.
Responsável: Rafael Castro.
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Supervisão geral: Kátia Delgado.